quinta-feira, 30 de julho de 2009
terça-feira, 14 de julho de 2009
Conhecendo Dona Sofia
Na mais alta colina entre as colinas que guardam a cidade, existe uma casa diferente de todas as outras, com paredes decoradas com poemas.
Não haveria quem não pudesse dizer que ali as paredes recitavam, cada canto vivo cuidado com emoção ea caligrafia em estilo que só Dona Sofia sabia...
Mas,anos sempre em marcha, a velha percebeu que ficariasem espaço para escrever os versos que tanto amava.
Com letra de caprichosa moça, a professora aposentada decidiu-se pelos cartões poéticos — prensando flores sobre o papel, colhendo palavras com sua florida caligrafia — endereçando-os a todos os moradores da pequena cidade...
Eis então que a ajuda de Seu Ananias seria de grande valia e entra,em cena, o protaganista desta renda palavra&imagem que André Neves teceu: a história do carteiro e da amorosa leitora de poetas.
E um dia chega e ele próprio recebe um cartão...
Antes que as sombras das montanhas caíssem sobre a cidade no fim de mais um dia de sol, Seu Ananias se despediu, montou em sua bicicleta e respirou fundo, como alguém que vê antecipadamente o que teria de fazer.
Mais uma vez, quando o alvor da aurora surgiu no céu, Seu Ananias começou a percorrer a cidade de casa em casa.
Mas não entregava cartas. A cada morador ele contava o quanto tinha aprendido com Dona Sofia e como aquela senhora havia mudado aos poucos a vida da pequena cidade, sem ninguém perceber...
Como as paredes da casa de Dona Sofia,as páginas do livro se abrem, preenchidas por uma caligrafia redonda, cursiva e constante: que o leitor entre nessa casa e descubra, distraidamente ou não, os versos que falam de deslumbramentos, estradas, brilhos, firmamento, primaveras do passado e do presente.
Poesias, poesias, poesias...
onde se descansa
do mundo.
O livro é a casa
do tempo,
é a casa de tudo.
Mar e rio
no mesmo fio,
água doce e salgada.
O livro é onde
a gente se esconde
em gruta encantada.
Roseana Murray
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O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão
Esse comboio de corda
Que se chama coração
Fernando Pessoa
O poeta
escreve poesia
para ser criança
todo dia.
Fernando Paixão
Quando ele escreve, a caneta
Voa que nem borboleta,
Vira vareta encantada.
Não é mais caneta, não,
É varinha de condão.
tem tudo a ver
com tuas dores e alegrias
com as cores, as formas, os cheiros,
os sabores e a música do mundo...
Ardilosa em suas teias de horizontes
Difícil domá-la na arena do papel.
tem tudo a ver
o vôo e o canto do pássaro,
a veloz acrobacia dos peixes,
as cores todas do arco-íris,
o ritmo dos rios e cachoeiras,
o brilho da lua, do sol e das estrelas,
e explosão em verde, em flores e frutos...
__ é só abrir os olhos e ver __
Tem tudo a ver
Com tudo
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá
O que vou dizer destas nuvens, deste céu?
Olhar, olhar, olhá-las, olhá-lo e nada mais.
deixam em nós a sensação de água caindo,
caindo em bolhas trêmulas da ponta das folhas,
escorrendo da pele macia das pétalas,
pingando nos galhos lavados, gota a gota,
pingando no ar...
Versos que cheiram a terra molhada,
versos que são como jardim depois da chuva...
bom poema, ouvir uma linda canção,
contemplar um belo quadro
e dizer algumas bonitas palavras.
Que vem comer alpiste na minha mão.
Depois voa tão alto
Que sinto medo não encontre mais o caminho de casa.
A brisa brinca com os pensamentos
Enquanto por trás das árvores
A lua tímida começa a nascer.
jogam-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na da folha de papel;
e depois joga-se fora o que boiar.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
As Mentiras dos Alunos da Turma 1501
Objetivo:Estimular o gosto de ler, ouvir e produzir ficção:
As Mentiras de Paulinho
Fernanda Lopes de Almeida
Paulinho adora inventar histórias: diz a todos que já andou de disco voador, pescou um peixe que cantava feito passarinho e até que já viu uma árvore correndo. Mas não são simples mentiras... São um outro tipo de verdade.
Nós também sabemos inventar mentiras!