Amemos! Quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu’alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!
Quero em teus lábio beber
Os teus amores do céu,
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d’esperança,
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!
Vem, anjo, minha donzela,
Minha’alma, meu coração!
Que noite, que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!
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Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo a 12 de setembro de 1831 e morreu no Rio de Janeiro a 25 de abril de 1852.
Bacharelou-se em Letras no Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro, e freqüentou a Faculdade de Direito de São Paulo, onde não chegou a completar o curso, por ter falecido com vinte e um anos de idade, antes de concluir o quarto ano.
Dotado de prodigiosa versatilidade, dominava todas as manifestações da poesia, desde a cândida melancolia do lirismo à impudica desfaçatez do erotismo.
Deve notar-se que, na maioria dos seus poemas, flutua um ambiente funesto, onde a morte constitui o tema central.
Parece ter havido no poeta o constante pressentimento dos breves anos que iria viver.
Por estranho paradoxo e para mais realçar a elasticidade dos seus recursos, foi ele, o poeta dos versos sombrios e cinzentos, quem introduziu o humorismo na poesia brasileira.
A irreverente ironia de alguns dos seus poemas chega a fazer duvidar que tivessem saído da pena desesperada que compôs os outros.
Alvares de Azevedo é a patrono da Cadeira N.o 2 da Academia Brasileira de Letras.
Algumas das obras de Álvares de Azevedo são as seguitnes:
Poesia: Obras I, Lira dos Vinte Anos (1853),
Prosa: Obras II, Macário, A Noite na Taverna (1855) etc.
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